domingo, 12 de maio de 2013

Pesquisa pode mostrar cor real da pele de dinossauro


Pesquisadores comemoraram muito essa descoberta , é que uma rara amostra de pele de dinossauro deve ser analisada por pesquisadores do Canadian Light Source (CLS) para determinar sua exata cor de pele, dieta e explicar por que esse fóssil continuou tão bem preservado mesmo após 70 milhões de anos. Para isso, eles devem usar um acelerador de partículas conhecido como síncrotron, capaz de analisar a composição química de diversos tipos de materiais. A amostra de pele pertence a um hadrossauro, um dinossauro com um bico de pato que viveu no final do Período Cretáceo, entre 100 e 65 milhões de anos atrás . O fóssil foi encontrado em um rio na província de Alberta, no Canadá. Apesar de a área possuir uma grande coleção de fósseis, os pesquisadores não sabem dizer por que esse ficou especialmente bem preservado. “Enquanto escavávamos o fóssil, eu pensei que se tratava apenas de uma impressão da pele. Quando tiramos a primeira peça, no entanto, me dei conta de que não era algo comum – era pele de verdade. Todos os envolvidos na escavação ficaram empolgados e, logo em seguida, começamos a discutir novos projetos de pesquisa”, diz Mauricio Barbi, físico da Universidade de Regina, no Canadá.

Segundo o pesquisador, o fóssil é apenas a terceira amostra tridimensional de pele de dinossauro já encontrada em todo o mundo. “Esse fóssil é fascinante porque pode nos contar muito sobre a vida e a aparência dos dinossauros que viviam nessa área”, diz.

Uma das perguntas que deve ser respondida pelos pesquisadores é se a pele era verde ou cinza – as cores em que a maioria dos dinossauros são desenhados – ou de alguma coloração completamente diferente. Mauricio Barbi disse que ele deve usar o síncrotron para analisar estruturas conhecidas como melanossomos, organelas celulares que contêm os pigmentos que controlam a cor da pele dos animais. “Se formos capazes de observar os melanossomos, será a primeira vez que o pigmento será identificado na pele de um dinossauro. Nós não temos nenhuma ideia real sobre como essa pele se parecia – se ela seria verde, azul, laranja...”, diz.

O síncrotron funciona ao acelerar elétrons dentro de um tubo a velocidades próximas à da luz. Ao manipular essas partículas, os pesquisadores podem gerar diferentes formas de luz muito brilhante, que são usados para estudar a estrutura da matéria. No caso do fóssil, os pesquisadores do CLS pretendem usar os raios de luz no infravermelho médio para procurar por traços de elementos orgânicos e inorgânicos que ajudem a determinar a dieta do hadrossauro e o porquê de sua pele ter sido preservada por tanto tempo.

Para isso, a amostra deve ser colocada no caminho do raio infravermelho e a luz refletir em sua superfície. As ligações químicas dos diferentes compostos presentes na amostra devem criar tipos diferentes de vibrações nesses raios refletidos. Por exemplo, se a pele ainda preservar proteínas, açúcares e gordura, eles deverão criar frequências vibratórias únicas, que podem ser medidas pelos cientistas. “É incrível que possamos conseguir informações desse tipo a partir de um fóssil tão antigo”, diz Tim May, cientista do CLS.

Para os cientistas, a questão mais importante a ser respondida pela pesquisa é o motivo de o fóssil ter se mantido intacto após 70 milhões de anos. “O que não está claro é o que aconteceu com esse dinossauro e como ele morreu. Há alguma coisa especial sobre esse fóssil e a área onde ele foi encontrado, e eu vou descobrir o que é”, diz Barbi.